segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Tribunal de rua

Madrugada de domingo, 18 de outubro de 2009. Os ponteiros marcam 1 h 20 minutos da manhã.
Evandro João da Silva entra numa agência bancária na Praça Tiradentes localizada no Rio centro para tentar realizar uma transação.
Logo depois, dois homens adentram o mesmo recinto e entram num conflito com Evandro. Obviamente trata-se de um assalto, e por um acaso do destino este estava sendo gravado pelas câmeras de segurança do banco. Como manda a boa conduta, não se deve reagir a este tipo de proceder. Silva talvez num ato de desespero, ou de indignação, ou de puro reflexo reagiu. Os bandidos não tiveram dó: derrubaram o homem e lhe aplicaram um tiro certeiro.
Levaram como troféu de conquista uma jaqueta e um tênis que eram utilizados pelo rapaz.
Os ladrões caminhavam tranquilamente pela calçada com os objetos furtados em mãos, quando numa fração de segundos vê-se uma viatura da polícia chegar e logo em seguida abordá-los. Enquanto os policiais conversavam com as “vítimas”, Evandro ainda vivo agonizava no chão. Passam - se mais dois minutos e um choque! Um dos assaltantes aparece calmamente se retirando do local do crime, enquanto o outro já devia estar a milhas dalí... Num segundo momento, vê-se um dos “homens da lei” carregando e guardando dentro do carro os pertences de Evandro, que nesta altura havia falecido...
Evandro, de 40 anos, era coordenador de projetos sociais do Afro Reggae (instituição que prega a importância da inclusão social dos jovens através da música, a fim de tirá-los das ruas). Ele lutava justamente contra a violência. Estudava Pedagogia e se formaria em dezembro próximo. Um lutador...
Foi mais uma vítima da violência, da omissão e quem sabe mais uma vez da Impunidade... Foi julgado pelo Tribunal de Rua e considerado culpado! Sem mais...

domingo, 4 de outubro de 2009

Palavras...

Pobres palavras tolas jogadas ao vento. Se pudesse voltar no tempo não diria aquilo de forma nenhuma novamente...
Mas não me culpo mais, afinal de contas, há coisas que temos que sentir na pele para aprendermos, ainda que pelo mal.
Éramos muito jovens, todos com quase a mesma faixa etária. Os bons 14, 15 anos...
Todo bairro, toda comunidade têm suas gírias, falas e brincadeiras particulares entre seus moradores, e que certamente não é compactuada com quem não freqüenta aquele ambiente. Tínhamos um hábito muito estranho de em qualquer bate papo a toa simplesmente virarmos um ao outro e dizer: “Quero que você morra”.
Obviamente este não era o nosso desejo real, era apenas um jeito particular da minha turma “brincar”.
Naquele dezembro próximo ao natal estávamos todos na vídeo locadora em que Danilo trabalhava. Como sempre fazíamos, fomos jogar fliperama. Éramos viciados naquilo e ficávamos jogando horas e horas. A galera foi se enjoando e indo embora, até que ficamos só nós dois... Tínhamos uma boa amizade. Danilo era um cara inteligente, esclarecido. Era descendente de mexicano e negro. Muito magrinho, sempre usava boné virado pra trás e botas. Tinha dois apelidos dados pela turma.
Ariba (pelo fato de ter o pai com tradições mexicanas), e Morte (pelo fato de ser bem pretinho e magrinho).
- E ae Ariba, vai viajar no Natal cara? Perguntei
- Vou sim! Vou pra Itanhaém.
- Fica no prédio cara, a galera vai passar toda por aqui!
- Não posso, vão todos meus familiares!
- Então quero que você morra! E de preferência afogado!

Demos algumas risadas e continuamos nossa batalha virtual.

- Bem, vou nessa velho! Feliz natal pra você e pra sua família! Volta quando Ariba?
- Só ano que vem...
- Então beleza, até mais...

Saí correndo dali e fui para casa. Já era quase noite e minha mãe detestava que eu freqüentasse fliperamas...
O natal chegou, tudo em paz e harmonia! A galera do bairro estava toda junta, como todos os anos...
Só faltava o Danilo e seus irmãos, mas estava tudo bem, afinal ele devia estar feliz na praia com sua família!
Naquela madrugada não consegui dormir direito. Até hoje não gosto de sonhar, acho que fico impressionado demais com as coisas e minha mente fica me atormentando. Sonhei que eu estava numa praia linda, um céu azul maravilhoso! De repente o tempo fechava e o mar se transformava num inimigo mortal. Queria me puxar pra dentro dele a qualquer custo. Eu suava frio e ouvia uma voz me chamando bem de longe. A voz foi ficando cada vez mais perto, até que percebi que não estava mais sonhando, pois alguém estava me chamando à janela de casa...
Acordei aliviado...
Abri a janela, tinha um céu lindo! Era dia 26 de dezembro.
- E ae Plif, beleza cara?, perguntei...
- Mais ou menos velho... respondeu com a voz rouca
- Que foi?
- Desce ae, preciso te falar uma coisa!
- Fala meu, que aconteceu?
- O Ariba morreu!
- O que?
- Ele morreu cara...
- Não acredito... Você ta brincando?
- Não cara, ele morreu mesmo...

Meus olhos se encheram d’água.

-Morreu do que, como foi?
- Afogado velho...

Imediatamente veio a minha mente o papo em que tivemos dias atrás. As palavras que eu tinha dito e que viraram verdade... Chorei de dor, de remorso, de culpa. Minha cabeça girava a mil por hora, mas de nada adiantava...
Carreguei por muito tempo essa culpa. Fiquei muitos anos sem entrar no mar... Hoje vejo as coisas de forma diferente.
Temos que pensar nas palavras que dizemos às pessoas que amamos para não cometermos erros como este...
Esteja em um bom lugar meu velho!

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Alegria de pobre...

Toda quarta-feira tenho um compromisso sagrado. Como todo bom brasileiro sonho em ganhar na mega-sena, e por isso participo de um bolão. Desses de serviço saca? Não manja?
Então rapaziada, bolão é a união de várias pessoas através de uma contribuição em dinheiro visando algo (na questão um prêmio), que caso o destino queira que saia seja dividido entre os participantes. Nesta segunda-feira chuvosa tive uma bela notícia. Meus companheiros de bolão vieram com a notícia surpreendente. Ganhamos na famosa mega-sena!
Quase caí da furadeira radial que eu estava operando... Já imaginei um monte de casas, carros, viagens, roupas, sapatos, restaurantes, mulheres... Enfim, tudo que há de bom que o dinheiro pode nos proporcionar!
Pensei em mil coisas em um segundo... A cabeça estava a mil por hora, nem prestava atenção em mais nada, viajava em meu mundo particular! Castelo de caras...
Até que me informaram corretamente... Ganhamos sim, mas na quadra... O prêmio era de R$ 280,00 reais, e como jogamos em dez pessoas, cada membro do time teria direito a R$ 28,00 reais...
Que tristeza... Lembrei rapidamente da prestação do carro, do seguro, da internet, do guarda-roupa, do estacionamento, do estúdio, do clube, etc...
“Vamo trabalha nêgo, a maré não tá pra peixe”, pensei comigo baixinho...
Nem quis pegar minha parte, preferi deixar pago duas semanas de jogo, era melhor! Mas acho que a sorte está sorrindo pra nós... Pelo menos essa história me lembrou que eu tenho um Blog, um lugar pra poder contar essas e outras loucuras da minha vida! Ei pessoal, eu voltei!

sábado, 4 de julho de 2009

Sonho Bom

Nunca me achei bonito nem feio, não passo no máximo de um cara normal, na média comum. Mas aquele dia estava belíssimo. Vestia um terno preto, camisa cor-de-rosa, cinto caramelo e sapato marrom. Um frio na barriga, talvez de ansiedade, pode ser... Eu ouvia perfeitamente a platéia cantando todos os grandes sucessos dele, e a cada música que tocava mais nervoso eu ficava. No camarim em que eu estava tinha de tudo, parecia um paraíso. Na mesa várias frutas, pães , doces, bebidas e flores. Não consegui comer e nem beber nada, só andava de um lado para o outro pensando na canção que eu iria cantar. Peguei novamente meu violão e tornei a ensaiar a música. Errei-a de novo...
Quando não errava e letra me atrapalhavam os acordes... Fiquei com raiva! Como podia aquilo estar acontecendo logo naquele dia? Toco essa música há anos, e nunca errei!
Eu tinha a programação do show bem na minha frente, e faltava apenas mais uma música para ele me chamar. Olhei pro lado, corri pro espelho e dei uma ajeitada no cabelo black. Peguei o violão e o coloquei no ombro, estava pronto. Várias bebidas na mesa, e curiosamente eu escolhi o suco.
Bateram à porta pedindo pra eu sair, e assim fiz. Ouvi-o dizer que chamaria ao palco alguém especial, de quem ele era fã... Pensei em como aquele ser era carinhoso, pois acabara de me conhecer e já dizer assim que me admira... Me enchi de orgulho!
Ele finalmente me chamou ao palco. Entrei confiante, muitos aplausos, gritaria...
Parei em sua frente e quis falar algo, mas não consegui... Chorei sem parar e o abracei. Ele me enxugou as lágrimas, segurou meu rosto e me disse a sua velha frase: “Pô bicho, que prazer receber você aqui !” Eu falei em seguida: “Roberto, isso pra mim é um sonho! Sou seu fã, sempre ter adorei... Conheço muitas músicas suas!”
Ele sorriu com ternura, olhou para o público e disse com a voz de veludo: “Senhoras e senhores, eu tenho orgulho de apresentar... Negril!”, e saiu de cena.
A baqueta do baterista contou o tempo e a música começou. Cantei “Querem acabar comigo”, sucesso antigo da dupla Roberto e Erasmo dos tempos da Jovem-Guarda. Camila Pitanga estava em minha frente junto com a nata da Rede Globo. Ela estava fantástica, a mulher mais linda que já vi... Mas me concentrei ao dobro para não errar em nada. Fiz o primeiro número muito bem, e o segundo veio pra agitar a turma. Cantei “Não corra na subida”, som próprio meu em parceria com minha banda e caí nas graças da galera! Todos dançavam e cantavam o refrão final aos gritos “Você foi quem perdeu no final”... Roberto ria e me aplaudia. Caetano Veloso dançava e requebrava daquele jeito que só ele faz! Tudo estava bem demais, até que comecei a ouvir um barulho bem longe, que foi ficando cada vez mais alto e me incomodando. Senti algo tocar meu pé, dei um pulo e de repente descobri...
Era o despertador que estava tocando há uns 5 minutos e acordando minha casa inteira, menos a mim... Minha mãe me cutucava pelo pé para eu despertar.
No horário de Brasília 5 hs da manhã, terça feira, 7 de julho de 2009. Tempo feio em São Paulo, com chuva e frio. Pulei da cama, me troquei rapidamente, escovei os dentes e lavei a cara. Como de costume pedi a Deus sua proteção e saí de casa cantando feliz. Começou assim mais 1 dia na vida deste trabalhador brasileiro, com um sonho bom....



Marcos Paulo Moreno Felix

quinta-feira, 25 de junho de 2009

A última dança

Estou aos prantos. Não acredito no que vejo e ouço, estou pasmo! Estava pronto pra sair de casa quanto o telefone tocou. Bocão me disse: “Marquito, liga a tv e a internet rápido”. Desliguei o aparelho e quase caí duro... Há cerca de três meses acompanho diariamente as noticias daquela que seria a volta de Michael Jackson aos palcos. Londres seria a capital escolhida para o retorno do Rei do Pop. O mundo musical estava agitado, todos só falavam nisso. Os ingressos dos 50 shows que Michael faria se esgotaram em minutos. Eu estava delirando, como queria ver meu grande ídolo novamente em ação!
Julho estava próximo, os ensaios a todo vapor, o repertório pronto, polêmicas circulando, enfim, prato cheio...
Agora ligo a televisão e me deparo com a notícia: Michael Jackson morre aos 50 anos!
Demorei a crer. Entrei em todos os sites, liguei pra várias pessoas pra saber se realmente aquilo era verdade, chorei, rezei...
Ainda havia uma esperança. Enquanto todos os sites davam a morte do cantor como certa, a CNN ainda não confirmava a notícia...
Me apeguei aquilo como única chance, mas de nada adiantou... Eles também confirmaram a triste notícia.
Arroz e feijão, cinema e pipoca, cerveja e porção de fritas, sei lá... Nada disso é tão bem combinado quanto Michael e a música, isso em sua forma mais ampla. Canto, dança, marketing, letra, som...
Possivelmente neste texto existem vários erros de concordância, confesso que nem o examinei... Estou totalmente emocionado, triste, chocado...
Acredito no velho ditado que diz que Deus escreve certo por linhas tortas. Vai ver que a volta de Jackson seria um grande fracasso, quem sabe... Sua volta poderia ser a sua grande ruína... Acho que o Bom Senhor quis ver um grande concerto de Michael e resolveu chamá-lo para uma grande apresentação.
Dance e cante Michael, emocione os anjos e contagie todos como só você fez em termos de música. Descanse em paz meu amigo...

Marcos Paulo Moreno Felix

terça-feira, 2 de junho de 2009

Divina Arte

O movimento começou com o Júlio, um cara que se mudou para o mesmo condomínio em que morávamos. Ele era meio gordinho, falava gírias, tinha tatuagens... Um bom malandro. Tocava pandeiro, tan tan, cavaquinho e conhecia uma rapaziada boa, a quem ele se juntava para fazer parte de um grupo de samba. Os ainda meninos do meu prédio estavam fissurados com a nova onda da juventude do nosso bairro: o samba
Influenciados pelo Júlio, que já tocava há algum tempo, decidiram montar um grupo, o qual eu não fazia parte...Meus pais ouviam muita música brasileira, soul americano, mas não se ouvia muito samba em minha casa, exceto os grandes clássicos de Martinho da Vila!
A formação dos caras era: Zé no banjo, Bozó no tan tan, Daniel no reco-reco, Nibinha no pandeiro e Julio eventualmente dando uma força no cavaquinho. Ninguém sabia tocar nada, íam na raça, com o mestre Júlio ensinando a todos.
Eu treinava capoeira e tinha meus primeiros contatos com instrumentos de percussão. Comecei o tocar pandeiro muito bem e tinha boa noção de tempo, mas continuava sem ouvir samba. Fui assistir meus amigos em uma apresentação no Clube dos Meninos, aqui no Rudge Ramos mesmo e fiquei apaixonado por aquilo tudo.., Pelo samba, pela alegria e pela música... Voltei pra casa pensando em como podia eu não fazer parte daquele conjunto, pois eu morava no mesmo prédio que o pessoal, mas o Nibinha nem morava aqui, era da vila de cima... Fiquei com raiva, mas ele tocava muito bem pandeiro, e conhecia muitos sambas... Continuei acompanhando o pessoal em pequenos shows, sempre vendo o Nibinha tocar e treinando pandeiro nas aulas de capoeira. Aconteceu que um dia, não sei se por uma briga, o Nibinha decidiu sair do grupo dos meninos. O Zé veio me chamar em casa com o pandeiro que ele tinha comprado para o grupo e me deu. Me disse que eu faria parte do conjunto, e tinha que aprender a tocar rápidamente. Puxa, como fiquei feliz!
Não demorou muito e comecei a conhecer muitos sambas, muitos grupos de samba, a comprar muitos discos e a tocar cada vez melhor. Demos um nome ao novo grupo que montamos. Divina Arte! Zé no cavaquinho, Bozó no tan tan, Daniel no reco-reco, eu no pandeiro... Mesmo assim faltava alguma coisa. Tinha um tal de Betinho que morava no prédio vizinho ao nosso que vivia com um cavaquinho no braço. Sentava no bar do Gentil e ficava tocando com um velho pandeirista da região. Fomos vê-lo tocar e gostamos, ele era muito bom... Ele aceitou participar do grupo, mas queria que um amigo dele também entrasse. Então veio o Cabelo para ser o vocalista junto com próprio Betinho (que também cantava muito bem). Eles nos falaram que conheciam o Vando, que também tocava percussão, e que de repente poderia somar. Vandinho era um cara que eu não gostava, achava ele meio marrento. Quando fomos chamá-lo vi que eu estava errado.. Vando era um cara de paz, muito gente boa e que tocava muito bem! O Divina Arte começou os ensaios a todo vapor. Éramos capazes de ficar horas sem comer ou beber nada só pra acertarmos uma música. O time era bom, modeste a parte... O samba saía redondo, mais faltava algo pra dar um peso maior na harmonia, pois contávamos somente com o cavaquinho e um banjo... Foi aí que o Tisgo começou a se aproximar da rapaziada com seu violão. Ele também era do bairro, e isso facilitava. Pronto, o Divina Arte estava completo. Começamos a fazer sambas de roda no próprio Rudge, e aos poucos fomos ficamos conhecidos no bairro inteiro! Fazíamos pagode em pontos estratégicos do bairro, como faculdades, bares, praças... Aos poucos fomos nos jogando para fora de São Bernardo. Tocamos no grande ABC inteiro, em São Paulo, em incríveis festivais de música e até mesmo no litoral. Dei autógrafos (quem diria), e me sentia popular. Aos poucos comecei a deixar de fazer somente o coral das músicas e ganhei algumas canções para fazer sozinho ao vocal. Nosso auge foi a abertura de um show do cantor Maurício Manieri no paço municipal de São Bernardo lotado. Foram longos 6 anos tocando na noite, em festas, eventos,escolas de samba, etc.. Mas como nada é para sempre o casamento foi se acabando. Nos dávamos muito bem, mas chegou uma hora que os objetivos do grupo não eram mais os mesmos... Isso gerou mudança de formação. Roberto Cabelo nos deixava, seguido de Eduardo Zé, Renato Tisgo e Daniel. Denise Camburão, hoje vocalista da banda Filosofia Reggae assumiu os vocais. Mantivemos a base toda, e com o vocal poderoso de Denise ainda tocamos mais algum tempo, mas a velha magia e a gama pela música tinham nos deixado. Decidimos parar, por um fim na história. Este ano o Divina Arte completaria 10 anos de estrada se estivesse em atividade, por isso resolvi falar sobre ele neste espaço. Várias pessoas ainda lembram de mim e de meus amigos por este “pequeno grande movimento” que fizemos pela música, em especial pelo samba. Isso certamente nos deixa muito feliz! Esta foto é de 8 anos atrás... Não é muito boa, mas é uma das únicas que achei pra matar saudades...

Marcos Paulo Moreno Felix

quarta-feira, 13 de maio de 2009

13 de Maio

Uma data que para muitas pessoas nada significa, mas que para mim não se pode deixar passar em branco. Há exatamente 121 anos atrás era assinada a abolição da escravatura no Brasil. Lembrei de uma música que eu cantava com freqüência. Era um canto de roda de capoeira, triste, sofrido...

“Negros que vinham de Luanda não sabiam qual era seu destino...
Negros que vinham de Luanda não sabiam qual era seu destino...
Saudades das suas mulheres, da sua terra e dos seus filhos
A terra onde a liberdade era o nascer de um novo dia
Lá não existia a escravidão e o negro não sofria
Lá não existia escravidão e o negro não sofria...
Vai, vai , vai pra Luanda
Vem, vem, vem pra Luanda...”

Isso não é lenda e nem fábula, conto ou mito! A escravidão realmente existiu, e por mais que queiram esconder, essa é a prova viva da brutalidade a que o ser humano foi capaz de fazer com seus semelhantes. Assim como no Holocausto, a escravidão assassinou friamente milhares de seres humanos durante décadas, séculos... Comemorem gente, tenham orgulho de suas origens, por que muitos morreram pelo que nós chamamos de igualdade... Apenas isso...

Marcos Paulo Moreno Felix

domingo, 12 de abril de 2009

Não quero dinheiro!

“Quando a gente ama não pensa em dinheiro, só se quer amar”... Esta frase que Tim Maia cantava aos gritos em canção que todos nós conhecemos sempre me pareceu meio ilusória. Nunca tive tanta grana, é verdade, então sempre imaginei que se tivesse jamais deixaria de querê-la. Sempre abominei aquela crendice popular que diz que o dinheiro não traz felicidade. Repeti diversas vezes a quem me disse isto em tom irônico: “Não tráz felicidade, manda comprar...”, e gargalhava. E ainda completava: “Perguntem ao cara que está passando fome ou morando debaixo da ponte se ele não queria ter money, ou melhor, perguntem ao rico que ganha milhões se ele trocaria toda sua fortuna para voltar a ter uma vida simples”.
Pois é, vivendo e aprendendo! Nesta semana, um dos jogadores de futebol mais polêmicos dos últimos anos anunciou em entrevista coletiva concedida em sua bela casa localizada no Rio de Janeiro que abriria mão de todo o status a que dispunha para voltar a ter uma vida “normal”. Adriano, o Imperador, jogador da Internacionale de Milão e seleção brasileira, disse que está cansado da vida de estrelato e badalações em que vive há anos e está disposto a abandonar tudo isto para voltar à sua comunidade, favela da Vila Cruzeiro, localizada no próprio Rio. Será uma pausa ou um adeus a carreira futebolística (ainda não se sabe o que irá ocorrer). O concreto é que ele está abrindo mão de aproximadamente R$ 10 milhões de reais a cada 3 meses de inatividade. Segundo o jogador, sua condição de vida não lhe deixa realizado emocionalmente. Adriano, mesmo sendo milionário, se sente só, sem amigos de verdade, sem familiares por perto, sem paz. Está cercado por holofotes do mundo inteiro, mas ao mesmo tempo ninguém o vê em sua pura solidão. O caso dele me chocou, e percebi que posso estar pensando errado... Desejo boa sorte ao Imperador em sua recuperação como homem, como ser humano... Talvez muitos não o compreendam, mas como diz o verso da canção: “Quem sabe de mim sou eu, aquele abraço”

terça-feira, 31 de março de 2009

O rei do Pop

Como é engraçada essa coisa de ser fã. Você se apega a um determinado ser que nunca te viu na vida, o idolatra, o defende em alguns casos, etc ... Realmente isto é um fenômeno inexplicável. Já ouço rumores sobre a volta dele aos grandes palcos há anos, mas tinha desistido da idéia de poder vê-lo cantar novamente. Sua vida sempre foi cheia de coisas esquisitas, de suposições, de acusações, de escândalos incontáveis, mas, contudo, sempre procurei separar calmamente o artista genial do ser humano perturbado que este homem aparenta ser...
Para quem me conhece há tempos, ou pra quem já leu este Blog alguma vez, certamente não é estranho me ver falar sobre Michael Jackson. Desde criança - e isto eu me recordo muito bem - Michael foi minha primeira inspiração musical. Sua dança mágica, seus movimentos, seu ritmo e principalmente sua voz sempre me fascinaram.
Quando li na internet que ele havia anunciado uma maratona de shows em Londres fiquei radiante. Sua volta ao cenário musical após um período de 12 anos sem apresentações parece ter provocado um furacão no mundo musical, pois todos agora só falam nisso. Jackson vendeu cerca de 1milhão de ingressos para suas 50 apresentações na Inglaterra em 4 horas, feito raro e que dificilmente qualquer outro artista faria...
Indignou-me o comentário que vi no Jornal Hoje da TV Globo de que “o ex- rei da música Pop parecia querer reaver de volta seu trono”. Isto é um absurdo sem igual, pois afinal de contas, quando Michael deixou de ser a maior estrela da música Pop? Caetano Veloso afirma na contracapa de seu disco e de Gilberto Gil, Tropicália 25 anos, que o pop de Madonna nada era comparado a Michael Jackson! Estou com Caetano.
Resta saber se Jackson fará realmente uma volta triunfal ou se derrapará na curva e deixará milhões de fãs como eu desapontados.

sábado, 28 de março de 2009

Brasil melhor

Estive pensando em certo assunto estes dias.Uma colega vendo-me tocar violão,revelou-me que a música que eu cantava era a mesma que seu pai entoava à ela (ainda crescendo no ventre materno) e à sua mãe, durante o período de gravidez. A música em questão era “Drão”, grande sucesso da carreira de Gilberto Gil.
Drão é uma das canções que eu mais gosto de Gil e não sei bem qual o contexto que levou o pai a escolher esta música para suas duas mulheres. Digo contexto, por que esta canção foi criada após a separação do casal Gilberto Gil e Sandra. Sandra era a segunda esposa do cantor, mãe de Preta Gil e que é apelidada carinhosamente pelo ex-ministro da cultura de Drão.
Para ela Gil compôs os versos:
“Drão, o amor da gente é como um grão
Uma semente de ilusão
Tem que morrer pra germinar...
Plantar em algum lugar, ressucitar do chão, nossa semeadura...
Quem poderá fazer aquele amor morrer nossa caminha dura...
Dura caminhada, pela estrada escura...”
Drão, não pense na separação
Não despedace o coração, o verdadeiro amor é vão
Estende-se infinito, imenso monolito, nossa arquitetura...
Quem poderá fazer aquele amor morrer, nossa caminha dura
Cama de tatame pela vida afora...”

É claramente uma canção de separação, mas não de mágoa. Diz que o amor tem que morrer pra germinar, ressucitar do chão...Gostei da escolha, mas não a entendi muito bem, por isso preferi a de meu pai. Pode ter sido talvez, por situações diferentes de gestações e de relacionamento... Acho que a canção “Drão” não combina com o nascimento de um filho...
Quando minha mãe estava grávida de mim, meu pai cantava à ela os versos de um grande sambista. Quando tive conhecimento disso,há muitos anos atrás,fiquei muito feliz. Meu pai nunca gostou de samba, imaginem só....Sempre gostou de soul music, principalmente americana. Música brasileira talvez não seja seu grande forte até hoje, mas cantava os seguintes versos:

“Está em você o que o amor gerou
Ele vai nascer e há de ser sem dor
Ah, eu hei de ver você ninar e ele dormir
Fazê-lo andar, falar, cantar e sorrir...
Pois então quando ele crescer
Vai ter que ser homem de bem
Vou ensiná-lo a viver
Onde ninguém é de ninguém
Vai ter que amar a liberdade e só vai cantar em tom maior
Vai ter a felicidade de ter um Brasil melhor...

Na barriga de minha mãe eu já ouvia versos de Martinho José Ferreira, ou simplesmente Martinho da Vila. O mais impressionante foi a escolha da canção (que é lindíssima) e meu pai interpretando-a. Já nasci com um pé no samba. Espero poder repetir a mesma música a um filho meu um dia e desejá-lo a sorte de também ter um Brasil melhor... Obrigado pai, te amo!

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Os sonhos não envelhecem

Apenas mais um dia. Despertador tocando às 5 hs da manhã, o pingado na padaria, o rosto denunciando o sono ainda remanescente, a ida para o trabalho, o retorno pra casa, a ida aos ensaios da minha banda, a volta... Enfim, o chamado cotidiano. Para muita gente, isso é um fator de desagrado em suas vidas. A rotina incomoda de tal forma certas pessoas que acaba destruindo a percepção de muitas delas. A minha não, pelo menos gosto de pensar assim. Observo tudo ao meu redor. Guardo em minha mente coisas que me chamam atenção com uma até impressionante facilidade. Necessito disso para exercitar uma das coisas que mais gosto de fazer: trabalhar na criação de letras musicais ou escrever textos, como este aqui. Em menos de uma semana, duas pessoas me fizeram refletir sobre duas coisas que são distintas, porém estão sempre próximas uma da outra. Em um bate papo normal que de repente tornou-se muito interessante, a primeira pessoa me fez uma pergunta que há muito tempo não respondia. Foi curto e grosso, dizendo de uma só vez: E aí cara, você ainda tem sonhos na vida?Me senti meio bobo de responder aquilo, sei lá... Achei que o cara iria rir ou coisa parecida, mas não! Ele ficou ali, observando como se precisa-se ouvir aquela confissão e ter uma referência para utilizar em sua própria vida. Falei tudo que tinha em mente e refiz a questão ao meu amigo. Para minha surpresa, ele me disse não ter sonhos, que era uma pessoa triste. Sabia que o cara diante de mim havia passado por alguns problemas particulares, mas não que tivesse perdido suas metas. A segunda pessoa, em uma conversa mais distraída e regada a algumas latas de cerveja, revelou-me que seu principal sonho era lutar para a criação de um mundo melhor. Acredita que para isso ocorrer de fato, deve haver todo um processo de reestruturação, distribuição de renda e inclusão social. Trabalha ativamente em um projeto social desenvolvido por ele mesmo para tentar ver esse desejo se realizar. As duas experiências a que me referi neste texto são a desilusão e a esperança. Eu particularmente opto por seguir a segunda, e espero que ao ler este texto, meu primeiro amigo volte a sonhar, assim como meu segundo amigo Pablo Bastos, eu e tantas outras pessoas. Os sonhos não envelhecem. Precisamos deles para podermos fazer algo de melhor para nossas vidas e para o mundo. Sonhe!

Marcos Paulo Moreno Felix

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Quatro olhos

Eu estava trêmulo, nervoso e com medo. Tinha decidido que a faria, pois não agüentava mais aquela situação que me incomodava há anos. Mas depois que assinei um termo declarando que estava ciente de todo e qualquer risco que aquilo envolveria quase desisti. Várias coisas me passaram pela cabeça, como quando a professora Iraci chamou minha mãe à escola e lhe comunicou: “Dona Marisa, seu filho não consegue enxergar as palavras que peço para ele ler na lousa. Sugiro que a senhora o leve a um oftalmologista”! Era o começo de uma nova era para mim. Eu tinha apenas sete anos – se não me falha a memória – e já estava assim (pelo menos no meu ponto de vista), condenado a passar a minha vida inteira usando óculos, pois afinal de contas, meu pai também usava os tais quatro olhos. Senhoras e senhores, muito prazer, esta é a chamada genética! Ao usar meus primeiros óculos, senti logo de cara uma grande e importante diferença. Eu voltei a enxergar! Tinha miopia e astigmatismo, e como todo míope (não importando muito a graduação do sujeito), ao ocorrer algum incidente, como por exemplo, as lentes do óculos se quebrarem após alguma queda ou choque, era um Deus nos acuda para poder ver alguma coisa. Isso já gerou histórias formidáveis em minha infância, como por exemplo, confundir todas as pessoas, tomar ônibus errado, várias furadas jogando futebol e até mesmo chamar a namorada de um amigo de gostosa na frente dele, obviamente sem saber que era ela (mil desculpas Billy, sabes que não fiz por mal), etc...
Mas isto estava por um fim, finalmente iria operar. Minhas lembranças foram interrompidas pela voz da enfermeira: “Por favor, senhor Marcos Paulo, chegou a sua vez!”. Sorri para não chorar e fui ao encontro da moça. Ela me pegou pelo braço e disse que tudo ia ficar bem. Entramos na sala de cirurgia e um pequeno japonês foi se apresentando como o médico responsável pela operação. Deram-me uma espécie de relaxante muscular e me mandaram sentar na cadeira. Obedeci... Ao meu lado direito a jovem enfermeira que tinha ido me buscar, ao meu esquerdo uma outra moça aparentando ser um pouco mais experiente. Havia no centro uma espécie de máquina muito parecida com um telescópio, que girava de um lado para o outro obedecendo às ordens dadas pelo seu mentor, o japonês que não me recordo o nome. Pensei comigo mesmo: “Os orientais são bons em tudo que é tecnologia mesmo, ainda bem...”, isso me deu certo alívio. “Tudo pronto?” Perguntou ele às meninas. “Ainda não doutor!”, responderam elas em tom sério! Abriram meus olhos ao máximo que conseguiram e puseram uma espécie de esparadrapo que não os deixa fechar de jeito nenhum. Seguraram os meus dois braços e puseram uma espécie de imobilização neles.
O braço do robô começou a girar e veio em minha direção. Dei um grito que fez todos dentro da sala cair em risos. “Calma moço, é assim mesmo!”, disse a auxiliar da direita. “Nem as meninas que vieram aqui hoje deram um grito desses!”, deixou escapar em tom irônico a da esquerda. “Que vexame estou dando”, pensei comigo... Agora a estratégia mudou. Elas se debruçaram de tal forma perto do meu rosto, (creio que para ficarem mais atentas a qualquer tipo de movimento que eu pudesse tentar fazer por instinto), que isto me permitia ver claramente ambos os seios. “Isso sim é um relaxante muscular que funciona”, pensei novamente antes de ouvir o barulho da geringonça. “Olhos atentos na máquina meu rapaz, pois o raio laser vai passar e você deve olhar fixamente para ele, para que ele possa fazer a correção na sua vista”, disse o doutor. Cheiro de queimado no ar, um pouco de dor e depois de aproximadamente oito minutos vejo a máquina sair do meu alcance de visão. As moças rapidamente passaram uma série de colírios em meus olhos e soltaram as amarras. A cadeira se desinclina e fico com o corpo reto. Estava meio tonto, com dor de cabeça, dor na vista... O médico coloca um óculos escuro em minha cara e me faz uma só pergunta: “Marcos, por favor.. Que horas são?”. Ele aponta um relógio de parede que estava aproximadamente uns sete metros de minha frente. Eu olho sem entender muito bem o porquê da questão tão estúpida e respondo: “Três e meia doutor”! E novamente todos caem na risada. Ele me fita os olhos e pergunta se eu não notei nada ainda. Raciocinei meio atordoado e refleti que não precisava mais usar óculos, pois enxerguei sem problema algum!
Para as pessoas que tem uma vista saudável isto não é nada, mas para quem sofre de miopia ver algo a sete metros de distância é como se fosse mágica!
Saí da sala de cirurgia e encontrei minha mãe e meu amigo Ismair que esperavam o desfecho da jornada. Possivelmente foi um dos dias mais felizes da minha vida!

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Marley e Nós

Faz tempo que não tenho inspiração para escrever qualquer tipo de coisa. Às vezes isso me acontece e não sei bem ao certo o motivo, pois tenho tanta coisa bacana para relatar e deixar viva a proposta de propagar minhas idéias neste Blog... Talvez eu saiba bem a resposta disso tudo, ou seja, um misto de preguiça com cotidiano, rotina, sei lá... Para eu escrever algum tipo de artigo, música ou algo assim eu sempre necessito que ocorra algo que me motive, que mexa comigo! Bem, o fato é que fazia certo tempo que eu não freqüentava as salas de cinema, não por minha vontade, mas por problemas de horário. Eu trabalhava a noite até o fim do ano passado, mas consegui uma suada transferência para o turno do dia! Isso em outras palavras está me deixando excitadíssimo, pois tenho de volta o período noturno para poder pôr minha banda novamente na estrada, escrever, ler, estudar, ver televisão e finalmente voltar ao cinema! Parece melodramático né? Mas este é outro assunto... Combinei com uma pessoa da qual tenho grande simpatia uma visita ao telão para assistirmos ao filme novo de Brad Pitt chamado “O curioso caso de Benjamin But!”. Devido a minha displicência com o horário da sessão, (que coincidia justamente com o famoso horário do rush), chegamos atrasados ao destino e perdemos cerca de 20 minutos iniciais do longa... “Puxa, e agora?” Nos perguntamos quase instantaneamente. Olhamos com um pouco de atenção os filmes em cartaz e nos surgiu duas opções: “Se eu fosse você 2”, filme nacional com Tony Ramos e Glória Pires (que mais me parece uma novela da Rede Globo num telão), ou “Marley e eu”, adaptação as telas sobre o livro do jornalista americano John Grogan em que é narrada a relação de amor entre sua família e seu sapeca cão de estimação. Confesso que nenhuma das duas opções me agradou, mas ir embora seria pior ainda... O livro de John está na cabeceira da minha cama há duas semanas e eu sequer li uma página. Pra piorar a situação, além de não gostar de animais de estimação (puxei minha mãe), um amigo de serviço em uma conversa que tivemos sobre cinema contou-me o fim da trama. Mas como disse anteriormente, voltar para casa seria pior. Como iria embora em tão singela companhia? “Marley e eu” ganhou a disputa. Pipoca e refrigerante para ambos. Ela Coca-Zero e eu Fanta. Tentei ser engraçado e perguntei se não vendiam cerveja no cinema... Me senti um idiota... É engraçado dizer isto, mas esta pessoa sempre me despertou algo de bom, desde que nos conhecemos há uns quatro anos atrás. É uma sensação meio estranha. Temos coisas em comum, certa intimidade e acho que um pouco de receio do que possa acontecer... O protocolo de um homem diz que sair com uma mulher e não rolar um algo a mais não pode acontecer. Até concordo em certos casos. Mas vê-la ao meu lado no cinema rindo e tentando disfarçar o choro com o desenrolar da trama era a mais bela cena... Minha vontade de abraçá-la e lhe fazer um carinho era gritante, mas como fazer para avançar esta etapa? Talvez fosse assustá-la, ou vai ver ela poderia estar esperando justamente isso... Mas fui covarde, e o preço que pago é não saber... Meu consolo era me concentrar as mil histórias de Marley, que no fim das contas, quem diria, me fez emocionar... Fomos embora, conversamos mais coisas e demos algumas risadas. Mas a barreira entre nós permanece, ninguém ousa... Este filme ficará em minha cabeça por algum tempo, não pela história dele, mas por toda uma situação. Prefiro o chamar de “Marley e Nós”. Com carinho...

Marcos Paulo Moreno Felix 20/01/2009