terça-feira, 31 de março de 2009

O rei do Pop

Como é engraçada essa coisa de ser fã. Você se apega a um determinado ser que nunca te viu na vida, o idolatra, o defende em alguns casos, etc ... Realmente isto é um fenômeno inexplicável. Já ouço rumores sobre a volta dele aos grandes palcos há anos, mas tinha desistido da idéia de poder vê-lo cantar novamente. Sua vida sempre foi cheia de coisas esquisitas, de suposições, de acusações, de escândalos incontáveis, mas, contudo, sempre procurei separar calmamente o artista genial do ser humano perturbado que este homem aparenta ser...
Para quem me conhece há tempos, ou pra quem já leu este Blog alguma vez, certamente não é estranho me ver falar sobre Michael Jackson. Desde criança - e isto eu me recordo muito bem - Michael foi minha primeira inspiração musical. Sua dança mágica, seus movimentos, seu ritmo e principalmente sua voz sempre me fascinaram.
Quando li na internet que ele havia anunciado uma maratona de shows em Londres fiquei radiante. Sua volta ao cenário musical após um período de 12 anos sem apresentações parece ter provocado um furacão no mundo musical, pois todos agora só falam nisso. Jackson vendeu cerca de 1milhão de ingressos para suas 50 apresentações na Inglaterra em 4 horas, feito raro e que dificilmente qualquer outro artista faria...
Indignou-me o comentário que vi no Jornal Hoje da TV Globo de que “o ex- rei da música Pop parecia querer reaver de volta seu trono”. Isto é um absurdo sem igual, pois afinal de contas, quando Michael deixou de ser a maior estrela da música Pop? Caetano Veloso afirma na contracapa de seu disco e de Gilberto Gil, Tropicália 25 anos, que o pop de Madonna nada era comparado a Michael Jackson! Estou com Caetano.
Resta saber se Jackson fará realmente uma volta triunfal ou se derrapará na curva e deixará milhões de fãs como eu desapontados.

sábado, 28 de março de 2009

Brasil melhor

Estive pensando em certo assunto estes dias.Uma colega vendo-me tocar violão,revelou-me que a música que eu cantava era a mesma que seu pai entoava à ela (ainda crescendo no ventre materno) e à sua mãe, durante o período de gravidez. A música em questão era “Drão”, grande sucesso da carreira de Gilberto Gil.
Drão é uma das canções que eu mais gosto de Gil e não sei bem qual o contexto que levou o pai a escolher esta música para suas duas mulheres. Digo contexto, por que esta canção foi criada após a separação do casal Gilberto Gil e Sandra. Sandra era a segunda esposa do cantor, mãe de Preta Gil e que é apelidada carinhosamente pelo ex-ministro da cultura de Drão.
Para ela Gil compôs os versos:
“Drão, o amor da gente é como um grão
Uma semente de ilusão
Tem que morrer pra germinar...
Plantar em algum lugar, ressucitar do chão, nossa semeadura...
Quem poderá fazer aquele amor morrer nossa caminha dura...
Dura caminhada, pela estrada escura...”
Drão, não pense na separação
Não despedace o coração, o verdadeiro amor é vão
Estende-se infinito, imenso monolito, nossa arquitetura...
Quem poderá fazer aquele amor morrer, nossa caminha dura
Cama de tatame pela vida afora...”

É claramente uma canção de separação, mas não de mágoa. Diz que o amor tem que morrer pra germinar, ressucitar do chão...Gostei da escolha, mas não a entendi muito bem, por isso preferi a de meu pai. Pode ter sido talvez, por situações diferentes de gestações e de relacionamento... Acho que a canção “Drão” não combina com o nascimento de um filho...
Quando minha mãe estava grávida de mim, meu pai cantava à ela os versos de um grande sambista. Quando tive conhecimento disso,há muitos anos atrás,fiquei muito feliz. Meu pai nunca gostou de samba, imaginem só....Sempre gostou de soul music, principalmente americana. Música brasileira talvez não seja seu grande forte até hoje, mas cantava os seguintes versos:

“Está em você o que o amor gerou
Ele vai nascer e há de ser sem dor
Ah, eu hei de ver você ninar e ele dormir
Fazê-lo andar, falar, cantar e sorrir...
Pois então quando ele crescer
Vai ter que ser homem de bem
Vou ensiná-lo a viver
Onde ninguém é de ninguém
Vai ter que amar a liberdade e só vai cantar em tom maior
Vai ter a felicidade de ter um Brasil melhor...

Na barriga de minha mãe eu já ouvia versos de Martinho José Ferreira, ou simplesmente Martinho da Vila. O mais impressionante foi a escolha da canção (que é lindíssima) e meu pai interpretando-a. Já nasci com um pé no samba. Espero poder repetir a mesma música a um filho meu um dia e desejá-lo a sorte de também ter um Brasil melhor... Obrigado pai, te amo!