terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Marley e Nós

Faz tempo que não tenho inspiração para escrever qualquer tipo de coisa. Às vezes isso me acontece e não sei bem ao certo o motivo, pois tenho tanta coisa bacana para relatar e deixar viva a proposta de propagar minhas idéias neste Blog... Talvez eu saiba bem a resposta disso tudo, ou seja, um misto de preguiça com cotidiano, rotina, sei lá... Para eu escrever algum tipo de artigo, música ou algo assim eu sempre necessito que ocorra algo que me motive, que mexa comigo! Bem, o fato é que fazia certo tempo que eu não freqüentava as salas de cinema, não por minha vontade, mas por problemas de horário. Eu trabalhava a noite até o fim do ano passado, mas consegui uma suada transferência para o turno do dia! Isso em outras palavras está me deixando excitadíssimo, pois tenho de volta o período noturno para poder pôr minha banda novamente na estrada, escrever, ler, estudar, ver televisão e finalmente voltar ao cinema! Parece melodramático né? Mas este é outro assunto... Combinei com uma pessoa da qual tenho grande simpatia uma visita ao telão para assistirmos ao filme novo de Brad Pitt chamado “O curioso caso de Benjamin But!”. Devido a minha displicência com o horário da sessão, (que coincidia justamente com o famoso horário do rush), chegamos atrasados ao destino e perdemos cerca de 20 minutos iniciais do longa... “Puxa, e agora?” Nos perguntamos quase instantaneamente. Olhamos com um pouco de atenção os filmes em cartaz e nos surgiu duas opções: “Se eu fosse você 2”, filme nacional com Tony Ramos e Glória Pires (que mais me parece uma novela da Rede Globo num telão), ou “Marley e eu”, adaptação as telas sobre o livro do jornalista americano John Grogan em que é narrada a relação de amor entre sua família e seu sapeca cão de estimação. Confesso que nenhuma das duas opções me agradou, mas ir embora seria pior ainda... O livro de John está na cabeceira da minha cama há duas semanas e eu sequer li uma página. Pra piorar a situação, além de não gostar de animais de estimação (puxei minha mãe), um amigo de serviço em uma conversa que tivemos sobre cinema contou-me o fim da trama. Mas como disse anteriormente, voltar para casa seria pior. Como iria embora em tão singela companhia? “Marley e eu” ganhou a disputa. Pipoca e refrigerante para ambos. Ela Coca-Zero e eu Fanta. Tentei ser engraçado e perguntei se não vendiam cerveja no cinema... Me senti um idiota... É engraçado dizer isto, mas esta pessoa sempre me despertou algo de bom, desde que nos conhecemos há uns quatro anos atrás. É uma sensação meio estranha. Temos coisas em comum, certa intimidade e acho que um pouco de receio do que possa acontecer... O protocolo de um homem diz que sair com uma mulher e não rolar um algo a mais não pode acontecer. Até concordo em certos casos. Mas vê-la ao meu lado no cinema rindo e tentando disfarçar o choro com o desenrolar da trama era a mais bela cena... Minha vontade de abraçá-la e lhe fazer um carinho era gritante, mas como fazer para avançar esta etapa? Talvez fosse assustá-la, ou vai ver ela poderia estar esperando justamente isso... Mas fui covarde, e o preço que pago é não saber... Meu consolo era me concentrar as mil histórias de Marley, que no fim das contas, quem diria, me fez emocionar... Fomos embora, conversamos mais coisas e demos algumas risadas. Mas a barreira entre nós permanece, ninguém ousa... Este filme ficará em minha cabeça por algum tempo, não pela história dele, mas por toda uma situação. Prefiro o chamar de “Marley e Nós”. Com carinho...

Marcos Paulo Moreno Felix 20/01/2009